Lisboa

Foi idealizada no âmbito das comemorações do duplo centenário da Fundação e Restauração de Portugal (1940).

A sua grandiosidade excedeu tudo o que até então se vira. A fonte veio cumprir um triplo objetivo: fornecer um fecho condigno à Alameda D. Afonso Henriques; proporcionar um miradouro sobre a Alameda; e, por fim, um objetivo simbólico, comemorativo da entrada das águas do vale do Tejo na cidade, que permitiram, em 1940, elevar o caudal destinado ao consumo. Com projeto riscado em 1939, pelo arquiteto Carlos Rebelo de Andrade, só foi inaugurada em 1948.

Trata-se de uma construção monumental, que abrange quase toda a largura da Alameda, dotada de um corpo central, dois outros, avançados nos extremos, com baixos-relevos, e escadarias laterais de acesso ao terraço superior, delimitado por uma balaustrada ritmada por plintos. No topo do corpo central treze olhos de água jorram sobre enormes descarregadores, que formam cascatas de queda dupla, compostos por duas taças sobrepostas. A partir daí a água precipita-se em catadupa para um lago superior de perfil contracurvado, de onde extravasa para um grande lago inferior de recorte elíptico.

Esta fonte surge pontuada por grupos escultóricos ligados à temática da água, que traduzem repuxos e outros jogos de água. Diogo de Macedo esculpiu a figura alegórica do Tejo, segurando uma nau, que um tritão-criança procura alcançar, montado num cavalo-marinho empinado sobre golfinhos revoltos, e as Tágides com caudas de peixe, segurando golfinhos e búzios. Maximiano Alves executou as treze figuras femininas, segurando búzios e vieiras.

As fachadas dos corpos laterais, que albergam a maquinaria, exibem dois baixos-relevos verticais com alegorias ao trabalho, em tempos polícromos, da autoria de Jorge Barradas.

LOCALIZAÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques | 1900-221 Lisboa